Da família do bacalhau, é no entanto um peixe muito vulgar na nossa costa. Sendo de consistência muito mole, é conveniente que seja "arrepiada" de véspera, com sal grosso, afim de enrijecer a carne. Arrepiar, é o nome que se dá à operação de esfregar o peixe com sal, no sentido contrário ao das escamas, ou seja: Põe o sal na mão e esfrega (no peixe, nada de confusões) do rabo em direcção à cabeça. A seguir, pendura-se pelo rabo com um fio grosso (sendo fino pode cortar o peixe) em local arejado e ao abrigo de insectos, até ao dia seguinte.
Normalmente come-se cozido. Desta vez resolvi fazer uma arrozada. Á minha moda.
Foi isso mesmo que fiz, com estas duas abróteas que, insistentemente, me piscavam o olho, no mercado municipal de Lagos. Não resisti e convidei-as para um almoço em minha casa.
No dia seguinte, depois de devidamente arrepiadas e penduraditas (não esquecer um recipiente por baixo do peixe, para aparar a água que vai pingando) deixei-as de molho em água fria durante cerca de dez minutos para que perdessem o excesso de sal, cortei-as em postas e "marquei-as" (marcar é pôr o alimento em contacto com uma chapa quente, untada com azeite ou óleo, até que ganhe uma crosta acastanhada. Pode ser feito numa frigideira ou grelhador de chapa, por exemplo.) e reservei.
Cozi as cabeças, em água aromatizada com: cebola, salsa, aipo, e louro.
Alourei, alho e cebola picados, em azeite. Juntei arroz, bem lavado, deixei refogar um pouco até absorver toda a gordura e juntei tomate, esmagado com a mão, pimenta e a água de cozer as cabeças (Um pouquinho mais do dobro do volume do arroz). Após, cerca de 5 minutos de fervura, despejei-o num tabuleiro, meti-lhe dentro as postas de abrótea e levei ao forno até cozer o arroz.
25 comentários:
mmmmmmmmmmmmmmh! Que bom aspecto... Tenho de descobrir como é que os gajos aqui chamam à Abrótea para experimentar a tua receita! Sim, porque eu sou semi-vegetariana, o que quer dizer que (ainda) como peixe e Marisco!
Imagino o perfume nessa cozinha que pena estarmos tão longe!!!!!
Kuka:
Sempre a transmitir conhecimentos. Desconhecia esse método para enrijar o peixe. E ás vezes não comemos este ou aquele porque os achamos moles demais.Hei-de estar com mais atenção à banca dos peixes, porque , sinceramente, nunca me parece ter visto deste peixe. Mas se um destes dias o "pescar" no hiper, farei tal qual está aqui.
Quanto à "minha"soja... é apenas uma alternativa, na tentativa de variar a alimentação. E como lá dizem os entendidos que não tem colesterol, vou-a cozinhando às vezes.Já tenho feito alguns pratos com a granulada e até o meu marido que não é muito dado a essas "alternativas", come com agrado, repetindo.Mas...mesmo como hábito, não me parece ser capaz de ser consumidora diária desse estilo de comida.
Bifes de lombo? E não só... e do beijinho e do acém(se não estiverem demasiado gordos).Também servem da entrada da alcatra...Como vê gosto de bifes!(não dos Ingleses). lol lol
boa semana
boas ementas
Eu gosto tanto de arroz de peixe.
Obrigada por transmitir conhecimentos tão uteis. Vou cá voltar de certeza!
k bom aspecto...esse arrozinho e a abrotea mais uma maneira diferente de fazer abrótea..obrigada por partilhar connosco...bjokas
Mestre Kuka adorei a sua abrótea e quando o meu filho pescar alguma vou vir aqui buscar essa receita.um bjs Natércia...
Faço muita vez arroz de peixe malandrinho, mas sempre no lume e faço também muita vez arroz de forno mas seco.
nunca me tinha lembrado de juntar as duas maneiras.
obrigado
bem vizinho... bem me podia ter convidado para almoçar.. agora que estou de férias tenho todo o tempo do mundo para saborear estas maravilhas
Que belo Arroz.
parece-me bem bom.
bom resto d semana
KUKA
Agradeço a tua indicação. Vamos a ver como me safo num dos meus próximos "devaneios" por essa cozinha alternativa. Parece-me ter receitas boas. Vou experimentar
obrigada
boa semana
Como lhe digo, sempre a aprender. Embora não goste de arroz de (qualquer) peixe desde miúdo - todos temos destas embirrações -, vou experimentar um arroz malandro no forno, talvez de frango ou de cabrito. Antevejo que sairá bem melhor que no tacho.
Ó vizinho! E não me convidaste para almoçar?
é peixe que eu adoro! e até se for cozido com bróculos e uma batatinha e um ovo a acompanhar!
beijinhos
Hum...adorei a cor. Mas, o motivo que me trouxe é outro. Tentei explicar ao senhor Jaime do talho que pretendia lagartinho para experimentar a sua receita. Ele disse-me, prontamente"Ah! Isso é chambão". Eu, ignorante, e convencida com a firmeza da expressão do senhor, concordei. Voltei a casa e uma rápida pesquisa revelou o que eu temia. Não é chambão. Então diga-me KuKa, como é que eu peço detalhadamente essa peça ao Sr. Jaime.Obrigada
Não sou apreciadora, prefiro o cozido, mas com a fome que estou até a abrótea "marchava"
Beijo
vivi- Vá aqui, imprima e mostre ao sr. Jaime. Talvez ele consiga perceber. http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/naoseriadas/cortes/textos/peixinho.html
vivi- Vá aqui, imprima e mostre ao sr. Jaime. Talvez ele consiga perceber. -----http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/naoseriadas/cortes/textos/peixinho.html-----
este parato deve estar maravilhoso. e o seu blog esta com um bom visual. muitos parabens
Aguinha na boca!
Convido-te a passar pelo meu blog, http://blogpredilecto.blogspot.com
Não sabia que o meu amigo António do Makejeite tinha amigos tão prendados...
Beijo
Olá Kuka, gostei muito da tua cozinha pois tive oportunidade de conhecer o bacalhau que tanto amo, ao vivo e a cores. Não o conhecia assim ao natural. Aqui no Brasil só o conhecemos salgado e já bem rígido pelo sal.
Nao entendi o esmurrar da batata, um termo local rs
Abrotea também nao sei que é.
Mas vou seguir o blog para aprender mais e fazer tuas receitas.
Grande abraço.
Ray
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